Caros amigos,
É com um misto de determinação e de profunda consternação que partilho convosco o que me vai na alma. Determinado a quê? Difícil especificar.Porém,estou seguro de que é minha obrigação denunciar a situação que hoje vivi.
Jogo andebol desde os onze anos. Já ganhei e já perdi bastantes vezes, como é normal num desporto. Muitos foram e, felizmente, continuam a ser os dias em que o andebol me faz sentir realizado, pois considero-me um privilegiado por ter a possibilidade de me dedicar a 100% ao que mais gosto e de ainda ser pago para isso. No entanto, considero que apesar de toda a competitividade que é inerente ao jogo, há um conjunto de princípios e de valores que são imprescindíveis, para mim pelo menos.
Defendo que a vontade de ser melhor do que o adversário, não me dá o direito de humilhá-lo. Aceito que o jogo, imprevisível, leve a determinados estados de espírito, quer de euforia em caso de vitória, quer de frustração em caso de derrota, sendo que independentemente do resultado final, o respeito pelo adversário deva ser imperativo! Contudo, há determinados comportamentos que ultrapassam o campo desportivo, revelando o real carácter e, infelizmente em alguns casos, a (pouca) formação cívica de alguns atletas/homens.

Obviamente que não tenho qualquer complexo em relação à minha cor, vivo bem com a minha condição e aceito-me como sou, assim como aceitaria caso fosse outra a minha cor/etnia. O que não entendo é como não estão previstas sanções para os que incorrem neste tipo de atitudes, como acontece por exemplo em Inglaterra, onde ao capitão da selecção inglesa, John Terry, foi retirada a braçadeira de capitão de equipa depois de ter dirigido insultos racistas a um adversário. Considero triste haver quem ainda recorra a este tipo de repertório, a meu ver, ultrapassado!
Para concluir, deixo um apelo. Um apelo a todos os que, como eu, se sentem privilegiados por fazerem disto a sua vida. Respeitemo-nos uns aos outros. Quando nos respeitarmos uns aos outros, estaremos em condições de exigir que respeitem a nossa classe e que nos sejam dadas as condições que merecemos.
Grato,
(também no Pronúncia do Dragão )
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