Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Não há almoços grátis

A alquimia dos Bancos Centrais

Da mesma forma que só o alquimista detém o poder de transformar chumbo em ouro, também os Bancos Centrais gozam do privilégio exclusivo de transformar papel em dinheiro. A legitimidade de ambas as atividades assenta num módico de misticismo que alimente a credulidade necessária para justificar algo que à partida parece um pouco aberrante: como pode papel, criado à discrição por uma entidade dependente do poder político, ser dinheiro? A resposta a esta questão reside na confiança que os agentes económicos depositam na solidez da moeda-papel e na maneira como opera a política monetária, em particular, o circuito da liquidez emanada do Banco Central.

Esta percola na economia por via do sistema financeiro, o qual a aplica nos mercados de capitais e em crédito. Da primeira resulta uma apreciação dos preços dos ativos financeiros, com benefício generalizado para os investidores. Da segunda resulta uma suavização das condições de financiamento, que exerce um efeito terapêutico nas empresas e famílias, que sendo solventes, se encontram temporariamente arredadas do acesso ao crédito. Já para as empresas insolventes, o aumento de acomodação monetária tem um efeito apenas paliativo. Assim se compreende como um Banco Central, que nada produz a não ser éditos abstratos, pode influenciar o nível de produção levada a cabo numa economia. Decorre daqui que a política monetária não ajuda todos os segmentos da economia na mesma proporção, mas mal também não faz, crença que suporta a legitimidade moral dos Bancos Centrais. Porém, a crença é ilusória, pois como sabemos, não há almoços grátis. [José Maria Brandão de Brito]





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