(...) Para a Comunicação Social, muito mais importante do que a eminência da vitória do Porto, são as novelas em torno dos salários milionários de futebolistas em fim de carreira (Robert auferirá, segundo o Expresso de hoje, do maior cheque mensal da Liga Portuguesa – 190 mil euros!!!), as invejas agora confessadas de outros (Simão e Nuno Gomes), a alegada vontade de sair de mais alguns (Petit, Manuel Fernandes e, claro, Ricardo Rocha) e a incapacidade de colocar alguma ordem na casa que garanta, pelo menos, o objectivo mais essencial de todos – a hipótese de disputar uma presença na Liga dos Campeões da próxima época. Não espanta portanto que, por exemplo, na edição do Expresso que se seguiu à determinante vitória do Porto em Alvalade, nem uma linha seja gasta a falar do assunto.
Mas, bem vistas as coisas, é justo e apropriado que se fale muito do SLB, porque, como um conhecido Benfiquista escrevia há dois ou três anos atrás, o Porto é algo que, de facto, corporiza um conjunto de valores (trabalho, ambição, espírito de equipa = dinâmica de vitória) alheios ao português comum, isto é (digo eu), alheios aos supostos 6 milhões de crentes na grandeza da Águia. Acrescentaria ainda que, na verdade, o Benfica e a idiossincrasia construída em torno da “instituição” personificam tudo o que há de medíocre, estúpido e ridículo no Portugal de hoje (e de ontem): a constante evocação de um passado que já lá vai, a mania das grandezas, a vaidade sem razão, o empolamento de feitos banais, a produção de heróis instantâneos e as guerras internas pelo poder. Acresce a tudo isto uma muito portuguesa mania de acreditar em “Messias” redentores, sejam eles aldrabões encartados como o Vale e Azevedo, chicos-espertos ridículos como o Veiga e o LFV ou um qualquer falso craque internacional que “desejava jogar no Benfica desde pequenino”.(...)
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Está dito!
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