Um golpe mais que perfeito
“Inside Man” é um magnífico exercício de estilo sobre o policial, mesmo que seja sobre a mais inverosímil história de um assalto.
Tudo na história é improvável: o negociador parece um dandy de fato branco e panamá, o dono do banco (Christopher Plummer) é um inimaginável banqueiro de consciência pouco limpa, Jodie Foster é uma negociadora inconsistente, o mestre do crime tem a imaginação mais prodigiosa e delirante desde Danny Ocean. Transformar um assalto a um banco no coração de Manhattan com tomada de reféns, onde não se rouba dinheiro, não se pretende negociar, não se distinguem os assaltantes dos clientes, não é o modelo convencional de um assalto. Nesta anatomia de um crime falta o essencial, ou seja, o crime. Com estes ingredientes Spike Lee faz um dos seus mais brilhantes filmes, demonstrando a sua mestria na comédia policial, ainda que se afaste das suas temáticas tradicionais e do seu humor um pouco “negro”. Uma banda sonora étnica deslumbrante, uma fotografia em tom sépia e cinza de uma qualidade extrema, fazem de “Inside Man” uma das melhores comédias do ano. Para acalmar os puristas do género o desenlace do filme, completamente impossível mas de uma imprevisibilidade absoluta, faz entrar nos eixos o policial. O roubo serve-se frio, como queria Hitchcock, os maus se não são castigados são pelo menos amedrontados, os polícias quando não são corruptos deixam-se tentar por um pequeno anel de diamantes, os mastermind do golpe são recompensados pelo seu engenho. Quem viu o filme seguramente que recordará com ironia a irresistível cena do discurso de Enver Hodja, uma das tiradas mais geniais de todo o filme, um gag digno de emparceirar com os melhores de Woody Allen. Por isto tudo merece seis estrelas em cinco possíveis, sendo a estrela excedentária pelo humor que bem falta anda a fazer no cinema americano.
Tudo na história é improvável: o negociador parece um dandy de fato branco e panamá, o dono do banco (Christopher Plummer) é um inimaginável banqueiro de consciência pouco limpa, Jodie Foster é uma negociadora inconsistente, o mestre do crime tem a imaginação mais prodigiosa e delirante desde Danny Ocean. Transformar um assalto a um banco no coração de Manhattan com tomada de reféns, onde não se rouba dinheiro, não se pretende negociar, não se distinguem os assaltantes dos clientes, não é o modelo convencional de um assalto. Nesta anatomia de um crime falta o essencial, ou seja, o crime. Com estes ingredientes Spike Lee faz um dos seus mais brilhantes filmes, demonstrando a sua mestria na comédia policial, ainda que se afaste das suas temáticas tradicionais e do seu humor um pouco “negro”. Uma banda sonora étnica deslumbrante, uma fotografia em tom sépia e cinza de uma qualidade extrema, fazem de “Inside Man” uma das melhores comédias do ano. Para acalmar os puristas do género o desenlace do filme, completamente impossível mas de uma imprevisibilidade absoluta, faz entrar nos eixos o policial. O roubo serve-se frio, como queria Hitchcock, os maus se não são castigados são pelo menos amedrontados, os polícias quando não são corruptos deixam-se tentar por um pequeno anel de diamantes, os mastermind do golpe são recompensados pelo seu engenho. Quem viu o filme seguramente que recordará com ironia a irresistível cena do discurso de Enver Hodja, uma das tiradas mais geniais de todo o filme, um gag digno de emparceirar com os melhores de Woody Allen. Por isto tudo merece seis estrelas em cinco possíveis, sendo a estrela excedentária pelo humor que bem falta anda a fazer no cinema americano.
Título Original: "Inside Man" (EUA, 2006) |
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