Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Pogrom de Lisboa - 500 anos

Há quinhentos anos, nos dias 19, 20 e 21 de Abril, deu-se na cidade de Lisboa uma das maiores matanças de judeus que há memória na nossa terra.
Conta-se que tudo começou quando na Igreja de São Domingos alguém clamou por milagre acreditando ter visto o rosto de uma imagem de Cristo aparentemente iluminar-se, e um dos presentes, cristão-novo esclareceu que era apenas um reflexo de um raio de sol que entrando por uma fresta provocava esse efeito.
Foi o que bastou para que uma multidão enlouquecida o matasse a ele e ao irmão à pancada e depois percorresse as ruas da Judiaria matando todo o ser vivo que encontrasse à frente. 4.000 desgraçados morreram em 3 dias!

É um facto histórico que inexplicavelmente poucos aprendemos nos bancos da escola, aliás como outros acontecimentos que durante décadas só foram citados em breves apontamentos, resultado, julgo, de uma metodologia obscurantista destinada a somente dar relevo aos actos gloriosos.
Uma Nação antiga como a portuguesa tem períodos de orgulho e outros de trevas. Há que olhar o seu percurso sem complexos, tentando enquadrar no seu tempo e circunstância os actos cometidos. Com verdade, sem subterfúgios e sem deturpação.
Os factos que se evocam são de um fanatismo sanguinário que, mesmo à distância de quinhentos anos, não podem deixar quem quer que seja indiferente.
Esta matança infame de judeus e cristãos-novos, tem de ser inscrita na memória pois só assim se podem extrair ensinamentos que evitem novas repetições de crimes contra a humanidade.

Deve ser referido que foi a partir dos motivos e actos perpetrados em 1506, e o que causaram, que Portugal, até então grande potência, entrou em declínio, que acabou por se acentuar ao longo dos séculos posteriores, com algumas excepções.
Outros países, como os Países Baixos, não caíram no mesmo erro religioso lusitano e souberam aproveitar a oportunidade criada.
500 anos depois as diferenças, entre Portugal e a Holanda, são bem visíveis.
1506 é uma data trágica para Portugal. A todos os títulos.

Perante um horror tamanho, faço aqui eco da ideia do Nuno Guerreiro da
Rua da Judiaria para que nestes dias de Abril, se vá ao Rossio acender uma vela pelas vítimas de tal massacre.
Pede-se 4.000 velas, uma por cada vítima.
Porque esquecer é pactuar.



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