Desiludamo-nos de vez a política de comunicação do Governo (um dos seus principais esteios) está de restos. À incapacidade para controlar os danos no delicado caso "Sócrates versus Independente" juntam-se outros sinais. O último: no mesmo dia em que, num assomo de bom senso, o ministro das Obras Públicas aplacou o diferendo com a Metro do Porto, a secretária de Estado dos Transportes incendiou-o ainda mais. Não está mal.
Mário Lino aceitou antecipar as obras de duas das linhas mais desejadas pela Junta Metropolitana do Porto - Laborim e Gondomar. Além disso, o ministro concedeu a presença de dois autarcas no Conselho de Administração da Metro. Ou seja de uma penada, sanou um conflito que ameaçava agudizar-se. O esforço valeu de pouco. A sua secretária de Estado fez-lhe o favor de continuar a diabolizar a gestão da Metro. Confrontada com números que apontam para um aumento do passivo da empresa em 2006 (mais 300 milhões do que no ano anterior), Ana Paula Vitorino disse o seguinte na edição de ontem do Diário Económico : "É por isso que queremos alterar o modelo de gestão da Metro". Isto é: tudo se comporá quando saírem de lá aqueles incompetentes.
A ligeireza da declaração de Ana Paula Vitorino é grave. A secretária de Estado sabe que o aumento do passivo resulta, sobretudo, do garrote financeiro imposto pelo Governo à Metro do Porto; sabe que o projecto do Metropolitano de Lisboa é mais caro e pior gerido (basta recordar o afundamento do metro no Terreiro do Paço); sabe que, de todas as empresas do sector ferroviário público, foi a Metro do Porto que recebeu, em 2006, a mais baixa indemnização compensatória do Estado (dez vezes menos do que a atribuída ao Metropolitano de Lisboa); sabe que, só por isso, o metro de Lisboa é mais barato para os utentes da capital…
Que, sabendo tudo isto, a secretária de Estado consiga dizer o que disse sem pestanejar revela apenas o seu amor pelo mais puro "sound byte" e o seu desprezo pela verdade. Não é uma conjugação brilhante.
Mário Lino aceitou antecipar as obras de duas das linhas mais desejadas pela Junta Metropolitana do Porto - Laborim e Gondomar. Além disso, o ministro concedeu a presença de dois autarcas no Conselho de Administração da Metro. Ou seja de uma penada, sanou um conflito que ameaçava agudizar-se. O esforço valeu de pouco. A sua secretária de Estado fez-lhe o favor de continuar a diabolizar a gestão da Metro. Confrontada com números que apontam para um aumento do passivo da empresa em 2006 (mais 300 milhões do que no ano anterior), Ana Paula Vitorino disse o seguinte na edição de ontem do Diário Económico : "É por isso que queremos alterar o modelo de gestão da Metro". Isto é: tudo se comporá quando saírem de lá aqueles incompetentes.
A ligeireza da declaração de Ana Paula Vitorino é grave. A secretária de Estado sabe que o aumento do passivo resulta, sobretudo, do garrote financeiro imposto pelo Governo à Metro do Porto; sabe que o projecto do Metropolitano de Lisboa é mais caro e pior gerido (basta recordar o afundamento do metro no Terreiro do Paço); sabe que, de todas as empresas do sector ferroviário público, foi a Metro do Porto que recebeu, em 2006, a mais baixa indemnização compensatória do Estado (dez vezes menos do que a atribuída ao Metropolitano de Lisboa); sabe que, só por isso, o metro de Lisboa é mais barato para os utentes da capital…
Que, sabendo tudo isto, a secretária de Estado consiga dizer o que disse sem pestanejar revela apenas o seu amor pelo mais puro "sound byte" e o seu desprezo pela verdade. Não é uma conjugação brilhante.
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