Benfica pede ao fisco para não pagar dez milhões
O Benfica quer que as Finanças autorizem o não pagamento de imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT), imposto de selo e emolumentos, no valor de cerca de dez milhões de euros. A isenção já foi pedida em 2004 e é o mote para que o clube avance com a fusão entre a SAD e a Benfica Estádio, uma operação que duplicará o capital social da SAD - resolve a insuficiência de capitais próprios -, sem que para isso seja necessário pedir mais dinheiro aos accionistas. Mas há mais. Após a fusão, o Benfica ficaria com uma participação directa e indirecta de quase 70%, da SAD mais 30% do que tem hoje, o que permitirá no futuro vender essa participação através da bolsa sem perder o controlo da SAD.
"Estamos à espera que o secretário de Estado das Finanças dê luz verde à isenção. Fizemos o pedido de isenção de IMT [representa 6,5% do valor do estádio, que é de 150 milhões de euros], imposto de selo e emolumentos, dado trata-se de apenas de uma operação de rearranjo de participações", revelou Teresa Claudino, administradora da SAD, num dia em que o clube abriu as portas à imprensa de toda a área empresarial e da formação.
Dados relativos ao último exercício (terminado a 31 de Julho de 2006) mostram que 75% do capital da Benfica SAD que é de 75 milhões de euros já foi "destruído" pelos prejuízos registados em anos anteriores. Assim, a fusão das duas empresas colocaria o capital da SAD nos 137,5 milhões de euros e reforçaria os capitais próprios para 83 milhões (hoje é de apenas 11 milhões), valor que é mais de metade do capital social.
Acções em bolsa
Enquanto a fusão não avança, os accionistas vão hoje, pela primeira vez, poder vender ou comprar acções da SAD através da Bolsa. A promessa foi feita há seis anos, mas administração liderada Luís Filipe Vieira preferiu só cotar a empresa depois de atingido o equilíbrio financeiro.
"Esta administração acredita que deve ser o mercado a julgar todo o nosso trabalho, acredita que tem sido capaz de criar valor para os seus accionistas, e que o futuro da SAD será de sucesso, tanto desportivo como empresarial", disse o presidente.
Quanto à cotação, fonte do clube admite que a forte pressão vendedora atire o preço para baixo dos cinco euros (valor de venda inicial), porque os investidores têm o dinheiro parado há seis anos e ter acções tem custos. Em comparação, as acções do Sporting valia ontem 2,58 euros (caíram 3,7%) e as do Porto 2,48 euros (-1,98%).
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