«(...) Em que medida a descentralização política podia ajudar o Norte?
A descentralização política, a autonomia, ajudou muito ao que o meu antecessor (Fraga Iribarne) chamava de auto-identificação do país, ao gerar forças próprias e estímulos endógenos. Mas não é o cem por cento da explicação. Tem também muito a ver com iniciativa empresarial. A autonomia foi um factor decisivo para gerar iniciativa empresarial, para lhe dar asas, para que voassem as iniciativas e para dotar a Galiza de equipamentos, de serviços, de estruturas, e para o crescimento das universidades. A excelência empresarial tem muito a ver com o âmbito autonómico. Mas, dito isto, também é verdade que a própria iniciativa empresarial, que umas vezes acerta e outras não, foi determinante.
Entende que, com a regionalização, Portugal poderia ser hoje um país diferente?
Diferente sem dúvida e, com a prudência extrema a que me obriga a minha responsabilidade institucional e o respeito que devo a um país amigo, ao seu Governo e às suas decisões, creio que esse é um caminho que vale a pena percorrer. A experiência espanhola foi extremamente positiva. Há uma leitura a fazer passado este tempo. Além de nos resolver um problema de diferenças culturais, linguísticas, políticas do Estado espanhol, a autonomia foi muito positiva do ponto de vista dos efeitos de descentralização política e económica. Ajudou a melhorar o ritmo, o andamento, a autoconfiança, a estabilidade, etc. E isso é quantificável em termos económicos. A regionalização é uma aposta que acompanho de perto com muita atenção e com muita vontade que resulte. (...)»







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