Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Um discurso ouvido na AM do Porto

Transcrição do discurso proferido pelo deputado do PS à Assembleia Municipal do Porto (no dia do Prós e Contras)
«Cumprimento o Executivo, na figura do seu presidente em exercício. Cumprimento esta assembleia e o público.
Peço-vos que, introspectivamente, recuem ao tempo em que se dizia com orgulho “Eu sou Portuense”. No que isso significava.
Hoje, vendo-os, vendo-nos quebrantados, pergunto-me:
Onde se perderam as raízes desse brio, que hoje é mais uma manifestação de renitência que um verdadeiro sentimento de plenitude?
O que se perdeu então, desde 2001, quais as características que passaram a marcar o estilo de gestão da cidade?
O Porto encontra-se sem estratégia, navegando à vista com objectivos que não são os da defesa da cidade. E assim, entre ambição e ingerência, o Porto vai caindo.
É necessário, para bem do Porto, que se inverta este ciclo, mas para o conseguirmos é vital que o executivo tenha a capacidade de reconhecer a sua inépcia. É que tal como Janus, a cidade tem duas faces.
A que só vê quem a habita, e que é opressora, autoritária, vazia de projectos para o futuro.
Contudo, para os de fora, a cidade transmuta-se, veste-se de um rigor que não tem, aponta caminhos que desconhece, transmitindo a ideia de que o saneamento financeiro basta per si para que tudo o resto se possa legitimar.
É então chegada a hora para interpelar daqui todos aqueles que do resto de Portugal se embevecem ante um Porto que não existe:
Para todos os que defendem, noutros fóruns, a liberdade de expressão e de imprensa contra a “claustrofobia democrática”, tendo-se escusado das funções para que foram eleitos pelos cidadãos desta cidade, esses que venham ao Porto.
As atitudes persecutórias extravasaram a mera reacção primária, as situações acumulam-se como nos casos dos apoios a colectividades negados por censura. O último caso conhecido e divulgado pelo portal da autarquia (não se confunda o Portal, que não tem rosto, com aqueles que definem o seu conteúdo) envolve premeditação, recolha de informação, filmagem e divulgação pública de um cidadão em família que, de forma acertada ou não, exercia aqueles que são os seus direitos – e fá-lo às claras.
Se os portuenses não são servis, como se afirma, se queremos aspirar a erguer de novo a chama desta cidade então temos de começar por repudiar este tipo de atitudes e eu, como Portuense aqui o faço.
Com tais atitudes como pode existir um clima favorável ao desenvolvimento? A consequência, e quero ser consequente ns críticas que faço ao executivo, é uma cidade sem investimento da autarquia, sem uma posição forte acerca dos vectores de desenvolvimento e sem um discurso coerente a nível supra-municipal.
Uma cidade que, perdida nas suas quezílias, se demitiu de procurar sinergias entre empresas e universidade, que não é proactiva na atracção de investimento, incapaz de fixar população, que investe em automóveis mas que se cala quando o líder de um dos partidos pelo qual foram eleitos vem colocar em causa a realização do investimento do TGV.
É razão para dizer que neste Porto não há Estado de direito, apenas o estado a que isto chegou.
Disse.
Pedro Couto
25 de Junho de 2007»

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