Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Batota do Benfica

PJ investiga negócios entre a EPUL e o Benfica


Carlos Varela, Gina Pereira , e Luís Antunes

O negócio entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML), a Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL) e o Sport Lisboa e Benfica com vista à construção do novo estádio está a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ). Na quinta-feira da semana passada, dia em que o Benfica jogou com o Nuremberga (Taça UEFA), elementos da Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) estiveram nas instalações do clube a recolher documentação sobre os contratos assinados com a autarquia, em 2002 - durante a gestão de Santana Lopes - com vista à construção do novo estádio para servir o Euro 2004.

Em causa estará a permuta de terrenos entre o Benfica e a EPUL, envolvendo terrenos do Vale de Santo António, que garantiu ao clube a verba de que necessitava para custear as obras do estádio. A complexa operação de engenharia financeira foi já bastante criticada num relatório da Inspecção-Geral das Finanças (IGF), divulgado em Maio do ano passado, que apontou várias irregularidades em todo o processo, designadamente nos contratos-programa celebrados com o clube, por não terem quantificado devidamente os encargos para as entidades públicas e por terem "instrumentalizado" a EPUL.

De acordo com notícias então divulgadas, a EPUL fez um "adiantamento por conta de lucros futuros" ao Benfica, no valor de 9,975 milhões de euros, correspondentes à venda de um empreendimento de 200 fogos a construir no Vale de Santo António, mas que nem sequer tem data para avançar, visto que está dependente de um plano de urbanização ainda não elaborado.

O relatório da IGF considera que a decisão da EPUL foi tomada "sem que fosse devidamente demonstrada a adequabilidade de tal valor aos lucros previsíveis" e que a empresa "assumiu toda a componente de risco do negócio".

O relatório abordou também um conjunto de denúncias então feitas pelo vereador do Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, relativas ao pagamento de verbas avultadas ao clube (cerca de oito milhões de euros), muito superiores ao que tinha ficado estipulado.

Ontem, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, recusou comentar as investigações da Judiciária. "É uma de várias investigações em curso, com a qual temos colaborado conforme temos sido solicitados", limitou-se a dizer. O Benfica, por seu lado, "não tem qualquer comentário a fazer", segundo Ricardo Maia, assessor de Imprensa do clube.