Carolina dá várias versões sobre envelope
Só no último depoimento, a ex-namorada de Pinto da Costa disse ter certeza do montante de alegado suborno
NUNO MIGUEL MAIA
Da dúvida passou à certeza num prazo de poucos meses. É assim o testemunho de Carolina Salgado quanto ao valor (2500 euros) de dinheiro em notas alegadamente entregue por Pinto da Costa ao árbitro Augusto Duarte.
Em Novembro de 2006, a testemunha do Apito Dourado dizia à PJ, em Lisboa, que o seu ex-namorado oferecera entre "2500 a 3000 euros". Em Janeiro de 2007, aludia a "cerca de 2500 euros". Poucos meses depois, já dizia ter a certeza de que num envelope entregue na sua casa, na Madalena, em Gaia, estavam exactamente "2500 euros". E como soube?: "Foi o Jorge Nuno que me disse...".
"Por que não revelou isso logo no primeiro depoimento?", quis saber ontem a juíza Catarina Ribeiro de Almeida, na quarta sessão do julgamento no Tribunal de Gaia. "Vendo as notas, foi o que me pareceu... O problema foi o inspector não ter escrito que o Jorge Nuno me falou desse valor...", justificou Carolina.
Este foi apenas um dos aspectos do testemunho da ex-namorada do presidente do F. C. Porto explorados por Gil Moreira dos Santos, advogado de Pinto da Costa. Outro foi o facto de Carolina referir, tanto no seu livro como em depoimentos às autoridades, que as "visitas" de árbitros à casa do dirigente eram frequentes, quando, afinal, relata apenas encontros com Augusto Duarte e com Martins dos Santos - este último sem pormenores. "São forças de expressão...", justificou.
Num depoimento repleto de correcções face a declarações anteriormente prestadas e de vários momentos de silêncio, Carolina foi ainda confrontada com as diversas versões que apresentou sobre uma suposta entrega de envelope com 2500 euros e um alegado pedido de "favorecimento" do F. C. Porto. No julgamento, disse ter assistido a tudo, à excepção de "quatro, cinco minutos" para fazer cafés na cozinha. Mas, anteriormente, dissera ter saído do local e ouvido a conversa no "corredor". "O corredor faz parte da sala...", justificou ontem.
Por Marcelino Pires, advogado de Augusto Duarte, foi ainda confrontada com o facto de, inicialmente, ter-se referido a uma suposta entrega de dinheiro antes de um "Benfica-FC Porto, na época 2005/06". Respondeu que emendou o seu depoimento logo que detectou o "erro". Negou, ainda, ter tido acesso a peças existentes no processo aquando da redacção do seu livro e prestação de depoimentos.
Quando foi confrontada com referências a outros árbitros na casa de Pinto da Costa, Carolina disse não se recordar de nomes nem do respectivo contexto. Em especial o caso de um outro árbitro, que também terá recebido um envelope com dinheiro.
Ao ouvir o depoimento de Carolina, Pinto da Costa sorriu várias vezes, sem se manifestar.
Só no último depoimento, a ex-namorada de Pinto da Costa disse ter certeza do montante de alegado suborno
NUNO MIGUEL MAIA
Da dúvida passou à certeza num prazo de poucos meses. É assim o testemunho de Carolina Salgado quanto ao valor (2500 euros) de dinheiro em notas alegadamente entregue por Pinto da Costa ao árbitro Augusto Duarte.
Em Novembro de 2006, a testemunha do Apito Dourado dizia à PJ, em Lisboa, que o seu ex-namorado oferecera entre "2500 a 3000 euros". Em Janeiro de 2007, aludia a "cerca de 2500 euros". Poucos meses depois, já dizia ter a certeza de que num envelope entregue na sua casa, na Madalena, em Gaia, estavam exactamente "2500 euros". E como soube?: "Foi o Jorge Nuno que me disse...".
"Por que não revelou isso logo no primeiro depoimento?", quis saber ontem a juíza Catarina Ribeiro de Almeida, na quarta sessão do julgamento no Tribunal de Gaia. "Vendo as notas, foi o que me pareceu... O problema foi o inspector não ter escrito que o Jorge Nuno me falou desse valor...", justificou Carolina.
Este foi apenas um dos aspectos do testemunho da ex-namorada do presidente do F. C. Porto explorados por Gil Moreira dos Santos, advogado de Pinto da Costa. Outro foi o facto de Carolina referir, tanto no seu livro como em depoimentos às autoridades, que as "visitas" de árbitros à casa do dirigente eram frequentes, quando, afinal, relata apenas encontros com Augusto Duarte e com Martins dos Santos - este último sem pormenores. "São forças de expressão...", justificou.
Num depoimento repleto de correcções face a declarações anteriormente prestadas e de vários momentos de silêncio, Carolina foi ainda confrontada com as diversas versões que apresentou sobre uma suposta entrega de envelope com 2500 euros e um alegado pedido de "favorecimento" do F. C. Porto. No julgamento, disse ter assistido a tudo, à excepção de "quatro, cinco minutos" para fazer cafés na cozinha. Mas, anteriormente, dissera ter saído do local e ouvido a conversa no "corredor". "O corredor faz parte da sala...", justificou ontem.
Por Marcelino Pires, advogado de Augusto Duarte, foi ainda confrontada com o facto de, inicialmente, ter-se referido a uma suposta entrega de dinheiro antes de um "Benfica-FC Porto, na época 2005/06". Respondeu que emendou o seu depoimento logo que detectou o "erro". Negou, ainda, ter tido acesso a peças existentes no processo aquando da redacção do seu livro e prestação de depoimentos.
Quando foi confrontada com referências a outros árbitros na casa de Pinto da Costa, Carolina disse não se recordar de nomes nem do respectivo contexto. Em especial o caso de um outro árbitro, que também terá recebido um envelope com dinheiro.
Ao ouvir o depoimento de Carolina, Pinto da Costa sorriu várias vezes, sem se manifestar.
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