Morreu adepto benfiquista que sobreviveu aos 7-1 de Alvalade e aos 7-0 de Vigo
O dia fatídico (5ª-F) foi também assinalado pela morte de Francisco Silva, de 92 anos, adepto benfiquista que sobreviveu aos 7-1 do Sporting em Alvalade, aos 7-0 do Celta de Vigo, à dispensa de João Vieira Pinto, ao facto de o Benfica só ter a Cinha Jardim e o Sporting ter a Carla Matadinho e a Floribella, ao hino dos UHF, à voz de cana rachada de Sílvio Cervan, às camisolas cor-de-rosa, que faziam com que os jogadores parecessem estar a integrar uma Gay Parade e à limpeza de balneário feita por Artur Jorge no início dos anos 90, algo como se alguém tirasse todas as obras de arte do Louvre e as substituisse por quinquilharia da Loja do Chinês.
A saúde de Francisco Silva vinha-se deteriorando desde a derrota do Benfica (3-1) no Estádio da Luz, para a Taça de Portugal, frente ao Porto. Ainda assim, disse à Benfica TV ser "um felizardo por ter sobrevivido este tempo todo e poder ver o Glorioso em mais uma final Europeia".
Tal como no filme "Adeus, Lenin", o filho Alexandre, temendo pelo estado de saúde do ancião, ainda tentou esconder-lhe a "queda do muro" em Braga, mas quando ele viu na televisão sem som a cara do presidente, nem disse mais nada - finou-se. "As vitórias são doces, mas certas derrotas são impróprias para diabéticos", disse o médico legista à família. Por sua vez, em mensagem de condolências à família, Luis Filipe Vieira disse ter-se "fechado um alçapão sobre um período de pesadelos que ceifou milhões de vidas".
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