Juros das obrigações a um ano atingiram os 88%.
Os juros das obrigações gregas a um ano atingiram ontem os 88,4% no mercado secundário, estando hoje a aliviar para 81%. Desde 1 de Setembro, e em apenas quatro sessões, a ‘yield' dos títulos a um ano escalaram quase 27 pontos percentuais, naquela que é a subida mais acentuada em tão curto espaço de tempo. Os analistas interpretam as recentes subidas como um sinal de que a Grécia será forçada a decretar o incumprimento no curto prazo. Numa nota enviada aos clientes, o Royal Bank of Scotland (RBS) estima mesmo um severo ‘default' em Dezembro, por ocasião das reformas fiscais do Fundo Monetário Internacional (FMI), que terá lugar a 11 desse mês. Um acontecimento que segundo o banco escocês provocará um "violento contágio" nos mercados globais. O RBS assenta as suas previsões em factores como a incapacidade do governo em implementar reformas, a ausência de futuros compromissos do FMI e da União Europeia ou a crescente dificuldade em passar leis no parlamento grego.
Ainda durante a sessão de ontem, as obrigações gregas a dois anos atingiram os 52%, enquanto os ‘credit-default swaps' sobre a dívida grega subiam para os 2.644 pontos o que, de acordo com a Reuters, reflecte uma probabilidade de incumprimento de 88%. Este instrumento, que protege os investidores em caso de ‘default' grego, subiu quase 1.000 pontos desde 15 de Agosto.
A discórdia no seio da União Europeia, o contágio da crise da dívida a países como Itália e Espanha e principalmente a possibilidade de a Grécia não vir a receber o próximo pacote de ajuda, estão a contaminar activos um pouco por tudo o mundo. Ainda ontem o ministro das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, deixou o aviso de que se a próxima missão da ‘troika' não chegar a conclusões positivas, não sairá mais dinheiro para ajudar a Grécia. A ‘troika' regressa ao país na sexta-feira. Na Europa, os mercados accionistas voltaram a afundar mais de 1%, depois de uma segunda-feira negra e o euro caiu pela sexta sessão consecutiva face ao dólar, para mínimos de quase dois meses.
A somar aos receios com a crise da dívida na Europa, estão as preocupações com o crescimento económico, com o Eurostat a rever ontem em baixa o crescimento da zona euro. Nota ainda para a política ontem adoptada pelo Banco Central da Suíça, que estabeleceu o limite mínimo de 1,20 francos suíços por euro. Em períodos de grande ‘stress' nos mercados o franco suíço é procurado como um activo refúgio, o que valoriza a moeda e prejudica as exportações do país. Um sinal de que a autoridade suíça receia a agudização da crise.
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