Em dia de aniversário do Clube, foi, parece-me, uma das piores "jogas" da nossa equipa! Da memória só me lembro de um certo AEK (6-1), de um Wrexam, de um PSV (5-1) e mais recentemente de um certo Arsenal (5-1)....
No maior orçamento de sempre, a qualidade está lá, sendo assim, porquê tanta passividade, porquê a falta de audácia, porquê a falta de atitude? Mesmo com 10, a defesa não pode falhar como hoje, o meio campo não consegue fazer circular a bola em mais de 2 toques. A aparente falta de capacidade física (aquele estouro na 2ª parte com os lampiões é um facto). O treinador deve mostrar sabedoria nas escolhas... Que raio se passa?
Não tenho dúvidas sobre o que está a acontecer.
Comecemos:
A) à semelhança de 2004, o pós-conquista da taça europeia trouxe a cobiça aos nossos melhores atletas:
- desprezando a grandeza do Porto a outros emblemas bem mais fracos, a ganância financeira dos jogadores (veja-se Falcao);
- a cobiça financeira dos empresários-vampiro-comissionistas;
- a ansiedade do jornalixo lisboeta de ver os nossos melhores pela porta fora;
- a surpreendente inabilidade em tapar o sector que mais iria sofrer com a eventual debandada: o ataque (a falta de alternativas de um goleador ou homem-golo está à vista);
B) à semelhança de 2004, a (traiçoeira) saída do treinador que afirmava estar na cadeira de sonho (o Porto forever), impedindo, por mais que o nosso Amado Presidente queira passar uma mensagem distinta, de preparar a escolha de um substituto à altura de um Clube de topo como o nosso;
C) os campeonatos de selecções sul-americanos e mundial de jovens que, realizando-se no nosso defeso, impediram o descanso dos nossos jogadores e potenciaram aqui e ali cobiças de uns e sonhos desmesurados na cabeça de alguns atletas;
D) a gestão das compras promissoras: não se entende que jogadores pagos a ouro, em época de crise, se mantenham a jogar (e a desgastar-se) nos clubes vendedores para só entrarem no Clube em Janeiro e apenas jogarem lá para Fevereiro na melhor das hipóteses (não podíamos ter feito o mesmo com Falcao?)
E) jovens promessas que continuam, ou lesionados, ou a ver navios;
F) obviamente o reforço do principal adversário na tentativa normal de (re)tomar as rédeas do poder;
G) a entrega da orientação da equipa a um treinador com pouca escola (ok, o VB também era um desconhecido, mas pelo menos tinha passado pelas melhores escolas, não é!) e a menor influência de adjuntos, baços de carisma; veja-se a pouca e fraca atitude patenteadas face ao jogo e suas incidências;
H) novamente o treinador e a sua leitura de jogo: pelo que temos visto, nas escolhas, nas substituições, (não tem acertado nenhuma), na táctica (estou a lembrar-me do primeiro jogo da LC, em casa, contra 9 e a tristeza franciscana patenteada);
I) claro que nalguns jogos os paus das balizas foram os primeiros inimigos;
J) tão poucas jornadas decorridas no campeonato e a profusão de amarelos e vermelhos "tomados";
Conclusão:
A visão do copo meio-cheio, diz que vamos em primeiro no campeonato, vencemos a supertaça portuguesa e na LC ainda está tudo em aberto.
A visão do copo meio-vazio, diz que está muita coisa mal, que a "coisa" emperra e a tendência é para desgraçadamente piorar.
Embora veja o Porto desde que nasci (na Rua do Monte Aventino, e baptizado na Igreja das Antas, uma irmã casada com uma antiga glória do FCPorto), sou sócio "apenas" desde 1970 e já vi este filme algumas vezes (felizmente poucas) e a minha "universidade" de tantos anos a observar o Clube e a forma como se move, diz-me que a época pode vir a ser um fracasso. Mas também sei que, quando o acaso de uma pancada nos atira ao chão, levantamo-nos sempre, com categoria e com triunfos, assim, e felizmente, estando ainda no princípio, tenho sempre esperança... Assim nos ajude Deus!
2 comentários:
Concordo plenamente com as suas palavras. Parabéns pela lucidez.
António Correia
António, obrigado pelas suas palavras. É um prazer saber que um Duriense, dessa magnífica e bela Lamego, dedica algum do seu tempo a ler o meu espaço de tertúlia. Como vê, há muito que o seu blogue é referência desta "sua casa". O FC Porto é uma paixão. Aliás, a nossa região, para além das Pessoas,dos Lugares e da sua Nobreza, só tem o vinho Duriense, chamado do Porto e o FCPorto para combater o desmesurado centralismo do terreiro do paço.
Na visão do futebol e propriamente da vida do FCP tento ser, nos períodos cinzentos, pragmático. Afinal, depois de um época extraordinária, os heróis também podem descansar... um pouco e sem exageros, he he. (mas sofro...)
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