Antes de iniciar sua ofensiva contra seus principais adversários (França e Inglaterra), Hitler decidiu que a Dina-marca e a Noruega deveriam ser ocupadas pelos alemães, antes que o fossem pelos Aliados. Além disso, no caso da Noruega, o Führer procurava assegurar o fornecimento do precioso minério de ferro existente naquele país. Denominado Weserübung (ou exercício Weser) ver mapa, o ataque deveria ser rápido e decisivo, sem grandes perdas materiais e humanas face às pequenas forças aéreas daqueles países.
Os ataques começaram em 09.04.1940, enquanto as for ças blindadas avançavam, quase que sem oposição, pela Dinamarca e navios da Kriegsmarine desembarcavam soldados nas ilhas dinamarquesas, Oslo, Kristiansand, Ber-gen, Trondheim e Narvik, na Noruega, os Fallschirmjäger (os famosos pára-quedistas) faziam o primeiro desembarque de assalto sobre os dois aeródromos em Aalbrog. Em pouco tempo a cidade de Aalborg, bem como quase toda Copenhague, estavam em mãos alemãs, permitindo que uma força de 28 Heinkel He 111 passassem a operar dali e que mais tropas de infantaria fossem transportadas por Junkers Ju 52s, aumentando rapidamente o contingente das forças invasoras. Esses mesmos Heinkels despejariam, no mesmo dia, muitos panfletos sobre a capital Copenhague exigindo a rendição, sob pena de serem bombardeados. Antes de terminar o dia, o rei e o governo dina marqueses cientificaram-se de que qualquer resistência aos invasores só resultaria em inútil perda de vidas e deram ordens de cessar fogo.
Simultaneamente os desembarques anfíbios nos portos noruegueses de Trondheim, Bergen e Kristiansand haviam sido sincronizados com ataques aéreos aos aeródromos usados pela pequena força aérea daquele país, que foi praticamente aniquilada no solo. Os caças alemães reduziram, neste dia, a Força Aérea norueguesa a 54 aviões operacionais (dos 102 existentes). Depois disso os aeródromos de Stavanger/Sola e Oslo/Fornebu foram rapidamente capturados por tropas aerotransportadas e se tornaram bases avançadas para os bombardeiros de mergulho Junkers Ju 87 e caças bimotores Messerschmitt Bf 110 em missões de apoio às tropas terrestres. Menção honrosa deve ser dada ao Leutnant Helmut Lent e seu Funker o Unteroffi-zier Kubisch que foram os primeiros a aterrissarem com seu Bf 110 no aeródromo de Fornebu em Oslo, ainda sob fogo da artilharia antiaérea!!
Durante a invasão da Noruega os alemães utilizaram plenamente sua frota de aviões de transporte para levar soldados e pessoal de terra da Luftwaffe, cerca de 500 Junkers Ju 52s estavam disponi-veis para a operação, sendo um terço deles pertencentes às unida-des regulares de transporte e o restante emprestado das unidades de treinamento avançado. A habilidade de transportar forças com rapidez desempenhou papel importante no pronto estabelecimento da área de defesa (lodgement) alemã no sul da Noruega.
Quando as primeiras tropas britânicas e francesas desembarcaram em Narvik, Namsos e Adalsnes, nos dias 15, 16 e 17 de abril, respectivamente, os alemães haviam conseguido um ponto de apoio firme no sul, e a Luftwaffe passou logo a atacar violentamente os pontos de desembarque Aliados e os navios mercantes que traziam suprimentos e reforços. Bombardeiros de nível e de mergulho mantinham uma pressão constante e, ausente qualquer oposição aérea da RAF, causaram danos consideraveis.
Entretanto, o incremento aéreo alemão na Noruega prosseguia e, no começo de maio de 1940, o Fliegerkorps X, a principal unidade consignada, consistia de 710 aviões assim distribuídos:
Bombardeiros de nível (Do 17 e He 111).............. 360
Bombardeiros de mergulho (Ju 87)...................... 50
Caças monomotores (Bf 109)............................. 50
Caças bimotores (Bf 110)................................... 70
Reconhecedores (Do 17 e Hs 126)...................... 60
Hidroaviões (He 59, He 60 e He 115)................... 120
Diante de oposição aérea tão forte, a RAF foi incapaz de intervir com eficiência. As tentativas de criar bases de caças eram invariavelmente observadas por aviões de reconhecimento da Luftwaffe e a seguir os campos de pouso eram bombardeados até a inutilização total. Em terra, os alemães prosseguiam implacavelmente para o norte, por toda a extensão da Noruega, e, no começo de maio, as tropas Aliadas tiveram de ser evacua das de Andalsnes e Namsos, no centro país. A 10 de junho, as forças restantes, que estavam em Narvik, ao norte, também foram obrigadas a retirar-se. Os alemães completavam assim a posse de todo o país e os Aliados ingleses e franceses vencidos ou evacuados para fazer frente à Wehrmacht que já iniciava seu avanço em direção à França.
Do começo ao fim, a Luftwaffe foi um fator decisivo no sucesso da campanha da Noruega. Como vimos, a tomada dos aeródromos em Oslo e Stavanger foi possibilitada pelo uso de pára-quedistas e unidades aero-transportadas. E, uma vez garantidos esses aeródromos, os bombardeiros e caças de longa distância que operavam dali puderam atrasar ou comprometer seriamente o movimento de tropas britânicas e francesas para o país. Mais tarde, no desenvolvimento da batalha terrestre, o domínio aéreo revelou-se novamente uma vanta-gem tremenda, e muitas vezes decisiva.
Fonte.
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