Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Do Porto, com amor: Quinta da Bonjóia


Quinta da Bonjóia




História

Localizada nas proximidades da Igreja de Campanhã e da Estrada da Circunvalação, na zona onde está a actual Quinta da Bonjóia existiu uma quinta que pertenceu ao chantre da Sé do Porto, Martim Viegas. Quando este morreu, deixou a propriedade a Maria Martins e ao seu marido, Afonso Dinis, que por sua vez a ofereceram em doação ao cabido da Sé por volta de 1402, em troca de umas missas. A quinta passou então a ser gerida pelos cónegos da Sé. Foi ainda gerida por D. Mécia Aranha e seu esposo, Manuel Gonçalves, mantendo-se na sua família.
Em 1758, a Quinta foi comprada ao cabido por D. Lourenço Amorim da Gama Lobo, fidalgo-cavaleiro da Casa Real, senhor da Casa do Campo das Hortas (actual Praça da Liberdade, tendo este edifício sido demolido para se abrir a Avenida dos Aliados). Casou com Maria Violante Guimarães, filha de João Antunes Guimarães, um comerciante do Porto cuja quinta tinha paredes meias, a poente, com a de Bonjóia. E foi este D. Lourenço quem mandou construir o palacete que hoje se pode admirar na Quinta da Bonjóia, em 1759. A autoria do projecto é atribuída a Nicolau Nasoni, mas não há certezas, pois, embora tenha traços e características de outras obras deste notável arquitecto, pode ser obra de um seu discípulo.
O que é certo, é que este edifício nunca foi concluído, pois o prolongamento da casa para leste nunca foi terminado. A porta principal, na Rua de Bonjóia, está ornamentada com as armas de D. Lourenço (escudo esquartelado de Amorim, Gama, Lobo e Magalhães). A casa ficou, mesmo inacabada, conhecida pela sua fachada sul, com uma imponente torre quadrangular a um extremo, e com as suas janelas e portas decoradas com motivos ao gosto rocaille e uma pequena escadaria exterior trabalhada.
Após a morte de D. Lourenço, o filho, D. António Amorim da Gama Lobo, e a sua esposa, D. Maria do Carmo de Portugal e Meneses (Casa da Torre da Marca) herda os bens e, morrendo sem descendentes, deixa a quinta à esposa, viúva, entrando a propriedade na posse da família Portugal e Meneses. Esta, por sua vez, deixou Bonjóia à sua sobrinha D. Maria da Natividade Guedes de Portugal e Meneses, filha dos Viscondes da Costa, e ao esposo, o conselheiro José Guedes Brandão de Melo, que era seu esposo e seu parente de sangue. A Quinta de Bonjóia passou então pela descendência do seu filho mais novo, Dom José Brandão de Melo, até ser vendida a Abílio Augusto Mendes de Carvalho, em 1935. A partir de então, a não-utilização da propriedade levou à sua degradação.
Em 1995, quando a Câmara Municipal do Porto comprou a propriedade, ela era uma triste ruína e os jardins um feio matagal. Depois de um apurado restauro, a quinta é sede de fundações de cariz social, como a Fundação para o Desenvolvimento Social do Vale de Campanhã e a Fundação para o Desenvolvimento Social do Porto que actualmente ocupa o edifício.

0 comentários: