Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

FC Porto: O pior cego é aquele que não quer ver

Já vem sendo um hábito no FCPorto: após as grandes conquistas, como em 2004, chega uma época de tormenta.
Se por uma lado a instabilidade e os maus resultados chegam pela cobiça dos outros grandes da Europa, mas com dinheiro, que acenam as suas carteiras aos nossos melhores valores, sempre aliada à ganância dos empresários, dos jogadores e, claro à necessidade de realizar dinheiro fresco por parte do FCPorto, por outro lado resulta em escala não menos preocupante, numa desvairada apetência para o despesismo
É nestas alturas que a SAD do FCPorto comete os piores pecados: jogadores comprados por catálogo, comissões a empresários e quiça até a alguns membros do staff portista.
A isto tudo se juntarmos a fuga dos treinadores vitoriosos, então conseguimos explicar as épocas pós-vitórias internacionais. A única excepção foi após a conquista da UEFA em 2003, em que conseguimos manter os principais no plantel (com o resultado vitorioso que conhecemos e assistimos ao vivo: uma segunda taça dos campeões).
Esta ano, após o abandono, posso até dizer traição do André Villas-Boas (em muitas circunstâncias até aceitaria a saída, mas depois das afirmações de amor que proferiu, o abandono foi execrável), e a venda de Falcao, que afinal foi uma mentira mal contada face ao que se apurou do real valor da venda, percebeu-se que muito jogador, atiçado pelos empresários e convencidos que eram aver raras a merecer os milhões que afinal poucos têm, andava de cabeça perdida.
Assim, recorreu-se a um elemento da equipa de Villas-Boas, o adjunto Vitor Pereira. Começou logo aqui a trampa. Eu sei que o tempo era escasso, mas meter um Lamborgini nas mãos de um tipo com a carta à dois dias foi o primeiro erro. Faria todo o sentido em mantê-lo como adjunto de um treinador estrangeiro. Fosse quem fosse. Mas dar-lhe livre arbítrio na gestão de um balneário como o do FCPorto foi errado.
Depois as constantes saída anunciada de vários jogadores.  Era necessário que a estrutura fosse mantida longe dessas novelas. Ainda hoje, meses e meses decorridos, se fala que este e aquele vão sair. Isto é péssimo.
Entretanto ficamos a saber dos negócios "brasileiros". Um fiasco. Um defesa direito por quase 19 milhões de euros??? E só chega a meio da época??? E mandam o Fucille pagando-lhe os ordenados? Que riso negócio para os brasucas. E Danilo nem sequer joga, preterido por um defesa direito de recurso? É inacreditável. Já para não falar de um tal Alex Sandro, que, sendo também defesa lateral, também custou uma pequena fortuna... Sem palavras. Como foi possível preterir Fucille ou mesmo Sapunaru, rotinados para um lugar que até hoje é um verdadeiro passador?
E as promessas? Apenas James (e esse esteve algumas vezes preterido no banco) consegue meter o pé. E Iturbe? Está a aprodrecer no banco!
Avançado: fomos buscar um jovem que era jeitoso no Marítimo do Funchal, acrescentamos um inimigo interno. Afinal, como se viu no caso BABA, o presidente do Marítimo é um grande tótó e todos lhe comem as papas na cabeça. Se queríamos o Kleber qualquer negócio era bom para os falidos madeirenses... Assim, não ganhamos nada. No FCPorto, o rapaz não passa de um habilidoso sem jeito para marcar golos. Um flop, portanto. 
Tínhamos tantos avançados que até outro brasileiro foi dispensado... 
Não percebo o que se passa lá dentro.
Agora a atitude vencida, a falta de alegria, o desconforto e a falta de confiança é patente em todos. Hoje por exemplo, até a braçadeira de capitão foi retirada ao Helton. Só a qualidade, que existe, e muito Hulk têm disfarçado o que hoje foi posto à evidência. A manta é curta e os retalhos estão a desfazer-se.

Não há dúvida, as grandes conquistas internacionais trazem sempre muitos amargos de boca. Mesmo assim, venha de lá a próxima...

Encontrei este artigo, muito interessante:

FC Porto: O pior cego é aquele que não quer ver
Lembro-me bem de, aqui há umas semanas atrás, ter desistido de falar mais sobre o problema do FC Porto desta temporada: o seu treinador, Vítor Pereira. No seio dos adeptos de futebol escasseia a razão e o discernimento. Prolifera o que eu chamo de “Clubite Aguda”. Doença em que os sintomas são: emoção, sectarismo, seguidismo e cegueira.
Apesar dos factos e argumentos apresentados, não consegui convencer um Portista de que o treinador teria de ser demitido. Não rebatiam os meus factos, nem apresentavam contra-argumentos. Limitavam-e ao “estamos em 1º… estamos em todas as frentes… ainda não perdemos”. Na verdade não havia clarividência suficiente para ver que era uma questão de tempo.
Não foi por falta de aviso. Lembro-me de, em algumas saudáveis discussões, ter dito isso mesmo. Quando fomos eliminados da Liga dos Campeões, num grupo acessível. Quando fomos eliminados da Taça, em Coimbra, com uma exibição paupérrima. Quando perdemos a liderança do Campeonato, em Alvalade, contra uma equipa claramente inferior.
Agora, já não estamos na Liga dos Campeões, já não estamos em todas as frentes, já não estamos em primeiro, já nem sequer estamos invítos. Na Liga Europa temos um obstáculo chamado Manchester City. Resta a Taça da Liga, competição com a qual até há bem pouco tempo, a maioria dos portistas gozava. Mas ainda haverá alguns com cara de pau para se agarrará a ela.
Vou abster-me de voltar a falar das capacidades técnico-tácticas e de liderança de Vitor Pereira. Apenas dizer que nem José Mourinho, nem André Villas-Boas arriscariam resultados (até porque o seu futuro depende deles) para ajudar a branquear esquemas de dirigentes que resolvem fazer “negócios da china” (falo obviamente de Danilo).
O que dizer da permanente aposta em Maicon a defesa direito, tendo no plantel Fucile e Sapunaru? Um, titular da selecção do Uruguai, 4ª classificada no Mundial 2010 e vencedora da Copa América 2011. Outro, considerado ainda há semanas o melhor jogador de futebol da Roménia. Foi nítida a colocação de outros interesses, à frente dos interesses desportivos.
O pior cego é aquele que não quer ver. E a “Clubite Aguda” toldou a visão da maioria dos adeptos Portistas. Agora, talvez acordem. Mas tal como eu disse, e escrevi, pode ser tarde demais.

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