por Paulo Ferreira, Chefe de Redacção - JN
A transformação de três SCUT (auto-estradas sem custos para o utilizador) em CCUT (com custos para o utilizador) é um exemplo flagrante de como um bom princípio (o do utilizador- -pagador) pode ser politicamente manipulado para se alcançar um determinado fim. No caso, a manipulação redundou no seguinte no Litoral Norte passa a ser mais caro andar de automóvel com comodidade e segurança; no Algarve esse custo mantém-se.
Quando apresentou a medida, o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, esforçou-se para explicar que a decisão tinha por base critérios de justiça social e de desenvolvimento económico. Uma semana passada sobre o anúncio, o que sabemos? Várias coisas que desmontam o argumentário do Governo, sendo que a mais importante delas tem a ver com o facto de a decisão ter sido tomada em sentido contrário ao que apontavam alguns estudos.
As provas a riqueza produzida pelas regiões atravessadas pelas estradas em causa decresceu; apenas um em cada quatro dos concelhos afectados cumpre os critérios do poder de compra definidos; e a Via do Infante, no Algarve, tem alternativas "razoáveis", pelo que não se prova a necessidade de não a portajar.
O Governo é obrigado a seguir com rigor o que os estudos que pede concluem? Não. Mas tem a obrigação de explicar que a opção é política e não técnica.
Com as SCUT aconteceu o contrário em nenhum momento o ministro teve coragem para dizer o óbvio: o país e os turistas estrangeiros adoram o Algarve - e o Governo não pode ser insensível aos gostos que dão dinheiro. Se a isto se juntarem umas migalhas (não portajar sublanços das SCUT no Litoral Norte), não se vê por que há-de o país entrar em alvoroço. De facto, não se vê: não é a isto que se chama coesão territorial?
A transformação de três SCUT (auto-estradas sem custos para o utilizador) em CCUT (com custos para o utilizador) é um exemplo flagrante de como um bom princípio (o do utilizador- -pagador) pode ser politicamente manipulado para se alcançar um determinado fim. No caso, a manipulação redundou no seguinte no Litoral Norte passa a ser mais caro andar de automóvel com comodidade e segurança; no Algarve esse custo mantém-se.
Quando apresentou a medida, o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, esforçou-se para explicar que a decisão tinha por base critérios de justiça social e de desenvolvimento económico. Uma semana passada sobre o anúncio, o que sabemos? Várias coisas que desmontam o argumentário do Governo, sendo que a mais importante delas tem a ver com o facto de a decisão ter sido tomada em sentido contrário ao que apontavam alguns estudos.
As provas a riqueza produzida pelas regiões atravessadas pelas estradas em causa decresceu; apenas um em cada quatro dos concelhos afectados cumpre os critérios do poder de compra definidos; e a Via do Infante, no Algarve, tem alternativas "razoáveis", pelo que não se prova a necessidade de não a portajar.
O Governo é obrigado a seguir com rigor o que os estudos que pede concluem? Não. Mas tem a obrigação de explicar que a opção é política e não técnica.
Com as SCUT aconteceu o contrário em nenhum momento o ministro teve coragem para dizer o óbvio: o país e os turistas estrangeiros adoram o Algarve - e o Governo não pode ser insensível aos gostos que dão dinheiro. Se a isto se juntarem umas migalhas (não portajar sublanços das SCUT no Litoral Norte), não se vê por que há-de o país entrar em alvoroço. De facto, não se vê: não é a isto que se chama coesão territorial?
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