Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Uma questão de choques...

Há uns anos atrás, um Governo com maioria parlamentar, em nome da concorrência, resolveu aumentar extraordinariamente os preços nas portagens na Ponte 25 de Abril para dinamizar a concorrência com a Ponte Vasco da Gama.
Os lisboetas e o pessoal da “outra margem” revoltaram-se e ocuparam a ponte. O Governo resolveu intervir, os confrontos entre populares e a Policia de Intervenção foram imensos resultando em diversos feridos, alguns deles, com danos irreversíveis.
Foi o princípio do fim! O Governo de direita com maioria parlamentar caiu de podre passado algum tempo, os amotinados foram transformados em heróis, e o resultado final foi igual a tantos outros: o mexilhão é que se lixou! O preço aumentou na mesma, mas pelo menos houve uma grande cobertura jornalística do acontecimento, e só não percebeu a mensagem popular quem pensa que o mundo gira à volta do seu próprio umbigo: o povo estava farto!
Curiosamente, um socialista de elevado prestígio elevou a sua voz manifestando o seu apoio incondicional aos manifestantes e amotinados. “Existe o direito à indignação” proclamava ele aos sete ventos, reforçando a ideia que podemos fazer tudo o que queremos, apenas porque estamos indignados. Esse senhor chama-se Mário Soares, ex-Presidente da República Portuguesa, candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais e fundador do Partido Socialista.
Os tempos mudaram mas as coincidências são extraordinárias. O Governo de maioria parlamentar é agora socialista, os preços aumentam para possibilitar a concorrência, e eu sinto que tenho o total direito à minha Indignação!
Sinto-me indignado por ter que pagar mais 15,7% na factura de electricidade para promover a concorrência.
Sinto-me indignado porque o “défice tarifário” é um assunto que não convêm esclarecer o que realmente é.
Sinto-me indignado por uma empresa com lucros excepcionais e que actua em monopólio perfeito se sinta desgraçada porque não tem mais lucros.
Sinto-me indignado porque pensava que quando o pessoal que votava num partido que se intitula socialista estava a proteger quem nele vota e os cidadãos portugueses, que estaria preocupado com as necessidades e o bem-estar do povo e não do grande capital com contornos mafiosos. Nada tenho contra o grande capital e adorava ser um grande capitalista, nada tenho contra o liberalismo e até sou liberal. Mas o liberalismo significa outra coisa, liberalizar não significa regular, liberalizar não significa proteger, liberalizar não significa assassinar uma classe média que sempre foi o grande potencial de desenvolvimento das sociedades e países com êxito. A deturpação do sentido “laissez-faire, laisser-passer” idealizado por Anne Robert Jacques Turgot é por demais evidente. A liberalização não se faz através de imposições do fornecedor para cliente. A liberalização faz-se com todos os agentes económicos. E o que resta à procura (clientes)? Pagar, e pagar cada vez mais.
...
SINTO-ME INDIGNADO E COM DIREITO A EXERCER A MINHA INDIGNAÇÃO!
O que aconteceria se de repente todos os quadros electricos das casas portuguesas se desligassem às 21.00h e se ligassem em simultâneo às 21.15h? Provavelmente aconteceria o maior apagão da história devido à sobrecarga repentina, e eu seria preso.
Como não quero ser preso e existem serviços de saúde e outros primários que não podem ficar sem luz, como o nosso blog é pequenino e sem força, como já aprendemos que com este governo quando ele nos dá uma bofetada exige logo de seguida a outra face, o melhor é estar quietinho.
Vou apenas pedir a revisão da potência contratada à EDP de forma a diminuir o valor da factura que me chega a casa todos os meses.

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