Há uns anos atrás, um Governo com maioria parlamentar, em nome da concorrência, resolveu aumentar extraordinariamente os preços nas portagens na Ponte 25 de Abril para dinamizar a concorrência com a Ponte Vasco da Gama.
Os lisboetas e o pessoal da “outra margem” revoltaram-se e ocuparam a ponte. O Governo resolveu intervir, os confrontos entre populares e a Policia de Intervenção foram imensos resultando em diversos feridos, alguns deles, com danos irreversíveis.
Foi o princípio do fim! O Governo de direita com maioria parlamentar caiu de podre passado algum tempo, os amotinados foram transformados em heróis, e o resultado final foi igual a tantos outros: o mexilhão é que se lixou! O preço aumentou na mesma, mas pelo menos houve uma grande cobertura jornalística do acontecimento, e só não percebeu a mensagem popular quem pensa que o mundo gira à volta do seu próprio umbigo: o povo estava farto!
Curiosamente, um socialista de elevado prestígio elevou a sua voz manifestando o seu apoio incondicional aos manifestantes e amotinados. “Existe o direito à indignação” proclamava ele aos sete ventos, reforçando a ideia que podemos fazer tudo o que queremos, apenas porque estamos indignados. Esse senhor chama-se Mário Soares, ex-Presidente da República Portuguesa, candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais e fundador do Partido Socialista.
Os tempos mudaram mas as coincidências são extraordinárias. O Governo de maioria parlamentar é agora socialista, os preços aumentam para possibilitar a concorrência, e eu sinto que tenho o total direito à minha Indignação!
Sinto-me indignado por ter que pagar mais 15,7% na factura de electricidade para promover a concorrência.
Sinto-me indignado porque o “défice tarifário” é um assunto que não convêm esclarecer o que realmente é.
Sinto-me indignado por uma empresa com lucros excepcionais e que actua em monopólio perfeito se sinta desgraçada porque não tem mais lucros.
Sinto-me indignado porque pensava que quando o pessoal que votava num partido que se intitula socialista estava a proteger quem nele vota e os cidadãos portugueses, que estaria preocupado com as necessidades e o bem-estar do povo e não do grande capital com contornos mafiosos. Nada tenho contra o grande capital e adorava ser um grande capitalista, nada tenho contra o liberalismo e até sou liberal. Mas o liberalismo significa outra coisa, liberalizar não significa regular, liberalizar não significa proteger, liberalizar não significa assassinar uma classe média que sempre foi o grande potencial de desenvolvimento das sociedades e países com êxito. A deturpação do sentido “laissez-faire, laisser-passer” idealizado por Anne Robert Jacques Turgot é por demais evidente. A liberalização não se faz através de imposições do fornecedor para cliente. A liberalização faz-se com todos os agentes económicos. E o que resta à procura (clientes)? Pagar, e pagar cada vez mais.
...
SINTO-ME INDIGNADO E COM DIREITO A EXERCER A MINHA INDIGNAÇÃO!
Os lisboetas e o pessoal da “outra margem” revoltaram-se e ocuparam a ponte. O Governo resolveu intervir, os confrontos entre populares e a Policia de Intervenção foram imensos resultando em diversos feridos, alguns deles, com danos irreversíveis.
Foi o princípio do fim! O Governo de direita com maioria parlamentar caiu de podre passado algum tempo, os amotinados foram transformados em heróis, e o resultado final foi igual a tantos outros: o mexilhão é que se lixou! O preço aumentou na mesma, mas pelo menos houve uma grande cobertura jornalística do acontecimento, e só não percebeu a mensagem popular quem pensa que o mundo gira à volta do seu próprio umbigo: o povo estava farto!
Curiosamente, um socialista de elevado prestígio elevou a sua voz manifestando o seu apoio incondicional aos manifestantes e amotinados. “Existe o direito à indignação” proclamava ele aos sete ventos, reforçando a ideia que podemos fazer tudo o que queremos, apenas porque estamos indignados. Esse senhor chama-se Mário Soares, ex-Presidente da República Portuguesa, candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais e fundador do Partido Socialista.
Os tempos mudaram mas as coincidências são extraordinárias. O Governo de maioria parlamentar é agora socialista, os preços aumentam para possibilitar a concorrência, e eu sinto que tenho o total direito à minha Indignação!
Sinto-me indignado por ter que pagar mais 15,7% na factura de electricidade para promover a concorrência.
Sinto-me indignado porque o “défice tarifário” é um assunto que não convêm esclarecer o que realmente é.
Sinto-me indignado por uma empresa com lucros excepcionais e que actua em monopólio perfeito se sinta desgraçada porque não tem mais lucros.
Sinto-me indignado porque pensava que quando o pessoal que votava num partido que se intitula socialista estava a proteger quem nele vota e os cidadãos portugueses, que estaria preocupado com as necessidades e o bem-estar do povo e não do grande capital com contornos mafiosos. Nada tenho contra o grande capital e adorava ser um grande capitalista, nada tenho contra o liberalismo e até sou liberal. Mas o liberalismo significa outra coisa, liberalizar não significa regular, liberalizar não significa proteger, liberalizar não significa assassinar uma classe média que sempre foi o grande potencial de desenvolvimento das sociedades e países com êxito. A deturpação do sentido “laissez-faire, laisser-passer” idealizado por Anne Robert Jacques Turgot é por demais evidente. A liberalização não se faz através de imposições do fornecedor para cliente. A liberalização faz-se com todos os agentes económicos. E o que resta à procura (clientes)? Pagar, e pagar cada vez mais.
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SINTO-ME INDIGNADO E COM DIREITO A EXERCER A MINHA INDIGNAÇÃO!
O que aconteceria se de repente todos os quadros electricos das casas portuguesas se desligassem às 21.00h e se ligassem em simultâneo às 21.15h? Provavelmente aconteceria o maior apagão da história devido à sobrecarga repentina, e eu seria preso.
Como não quero ser preso e existem serviços de saúde e outros primários que não podem ficar sem luz, como o nosso blog é pequenino e sem força, como já aprendemos que com este governo quando ele nos dá uma bofetada exige logo de seguida a outra face, o melhor é estar quietinho.
Vou apenas pedir a revisão da potência contratada à EDP de forma a diminuir o valor da factura que me chega a casa todos os meses.
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