Como arquitectos já fizeram um pouco de tudo: desde casas a um jazigo-capela. Mas isto é uma coisa completamente diferente – e por “isto” referimo-nos à Index Newspaper, a revista trimestral com nome de jornal que Amélia Brandão Costa e Rodrigo da Costa Lima lançam este sábado.
“É uma revista de arquitectura que não é branca e cujo nome não começa por um A”, brinca Rodrigo. A diferença afirma-se no papel (de jornal), nos temas, que podem ser lidos por qualquer pessoa e não apenas pelos iniciados na arquitectura, no design e no preço (3,5 euros, um “preço justo” para os directores da Index).
Com 48 páginas, a Index é, afinal, uma espécie de fanzine (publicação feita por gosto, geralmente por apaixonados num tema), mas com impressão profissional e distribuição em banca – 15 mil exemplares, destinados às bancas portuguesas, mas também estrangeiras (é escrita em português e inglês).
Rodrigo e Amélia, ambos com 31 anos, nunca tinham lançado uma publicação. Desde 2007 que partilham um ateliê de arquitectura — é lá que recebem o P24 — na Rua de Ceuta, no Porto.
Falar de arquitectura
O “desafio” para lançar uma publicação foi feito por uma outra pessoa. Rodrigo e Amélia seriam os editores desse título, que não chegou a concretizar-se, já que o mentor saiu do projecto. Entre desistirem ou lançarem eles mesmos uma publicação, a dupla optou pela segunda opção.
“Não sabíamos o trabalho que isto dava. Com isto, temos que trabalhar aos fins-de-semana”, conta Rodrigo. “O único em que parámos foi no Natal”, acrescenta Amélia, a rir-se.
Mostrar projectos, arquitectos e outros criativos de que Rodrigo e Amélia gostam é o objectivo da Index (aí entra o lado de fanzine, que assumem), mas querem, sobretudo, que a revista seja uma “plataforma para fazer muitas coisas”, como diz Rodrigo.
A primeira dessas “coisas” é já a sessão de lançamento, marcada para sábado, às 18h, na sala de bilhares do Café Ceuta, no Porto (interessa-lhes levar eventos como este a sítios “inusitados”). A sessão contará com a presença do arquitecto suíço Valerio Olgiati, entrevistado na primeira edição da Index.
“[A Index] Permite-nos falar de arquitectura, algo de que normalmente não se fala”, diz Amélia, satisfeita com a visibilidade que 2011 conferiu a figuras como Souto de Moura.
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