Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Limpem a fundo mas... libertem o crédito

O secretário de Estado da Economia veio confirmar-nos um património e um destino e entreabrir-nos uma janela de que caberá à banca abrir completamente. Se assim não for será apenas mais um discurso aos provincianos.
Principiemos pelo património: pressentíamos que éramos os mais trabalhadores e os mais empreendedores, mas foi bom ouvir Almeida Henriques confirmar que 40% dos projectos e investimentos do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) foram assegurados pela Região Norte, seguidos de 28% no Centro.
Passemos ao destino: como em anteriores crises pressentíamos que caberia ao Norte rebocar o país, mas foi bom ouvir Almeida Henriques confirmar esse desígnio por entre números que falam por si e sobre os quais não é possível praticar as engenharias financeira e contabilística que encobrem realidades mais ou menos falidas. Números reveladores porque são da economia real, aquela que, espera-se, produza e se reproduza: mais uma vez o Norte que faz bem com uma taxa média de 63% na execução dos projectos do QREN. E -imaginem! - de 94% na comunidade intermunicipal do Minho-Lima e de 79% na do Douro.
Passemos, agora, à janela entreaberta: segundo Almeida Henriques, nada menos de dois mil milhões de euros do QREN estão paralisados há mais de seis meses porque os projectos que ganharam direito a esses investimentos (como se sabe partilhados pelo Estado português e pela Comunidade Europeia) não saíram do papel, o que vai motivar o Governo a limpá-los com o objectivo de os substituir por outros. Uma ideia que, à luz do altíssimo grau de execução intermunicipal que a Região Norte exibe, deveria encher-nos de esperança. À primeira vista apeteceria gritar: desamparem a loja que nós fazemos. E fazemos bem, como é reconhecido.
Porém, as realidades que todos os dias aqui expomos - como a da cadência de falências no Minho, que fez a capa do JN de ontem - surge com um fortíssimo denominador comum: crédito. Ou, melhor dizendo: a falta dele.
Portanto, por bem que nos soem as palavras do nosso secretário de Estado da Economia, nessa limpeza de cadastro do QREN haverá que cuidar de saber se aqueles que não fizeram nada são verdadeiramente ineptos ou vigaristas ou se nada fizeram porque não conseguiram um chavo de crédito.
No primeiro caso é simples: sejam eliminados e proscritos de qualquer ajuda estatal ou comunitária. No segundo, será mais complexo mas igualmente incontornável: ajude-se a banca para a banca ajudar os empreendedores que ajudarem quem trabalha.

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