Os emails revelados ontem pelo FC Porto dão conta de uma rede de influências que, a existir, coloca em causa todo o edifício do futebol português
Além de envolverem nomes com ligações irrefutáveis ao Benfica e à respectiva estrutura, os e-mails revelados ontem pelo FC Porto aprofundam e concretizam as suspeitas levantadas na semana anterior. A confirmar-se a veracidade dos mesmos, está em causa, não apenas a influência de um clube sobre o sector da arbitragem considerada de forma genérica, mas também através de intervenções concretas e definidas. Desde logo no sistema de avaliação dos árbitros, que foi definindo o quadro de juízes actualmente sob a alçada do Conselho de Arbitragem, promovendo uns e despromovendo outros, melhorando algumas notas e, inevitavelmente, prejudicando outras. A ideia de que uma avaliação pode ser modificada através da mobilização das influências certas descredibiliza todo o sistema que vigorou nas últimas épocas e acentua as suspeitas levantadas por casos como os de Marco Ferreira. Tanto como a revelação de que haveria delegados que solicitavam a intervenção de dirigentes encarnados junto do presidente da Liga, no sentido de garantirem a respectiva nomeação para jogos da I Divisão. Ora, todos sabemos que não há almoços grátis, que uma mão lava a outra e que cada um colhe o que semeou. Até por isso, mas sobretudo porque as revelações feitas ontem pelo FC Porto levantam suspeitas que colocam todo o edifício do futebol português em causa, convém que as autoridades judiciais, mas sobretudo a Federação Portuguesa de Futebol intervenha rápida e decisivamente no sentido de esclarecer exactamente o que aconteceu nos últimos anos. [Jorge Maia, aqui]
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