Dois raciocínios que (pasme-se) ficaram por fazer sobre o caso dos e-mails
1- Apesar da enxurrada de coisas, a maior parte delas hipocrisias, que o diretor de comunicação do FC Porto lá conseguiu arrancar à Imprensa de Lisboa (como quem arranca um dente), ainda ficaram pelo menos dois raciocínios por fazer sobre o caso dos emails. O primeiro diz respeito à falácia de que o processo Apito Dourado não teve consequências. Teve. O FC Porto perdeu a face e viu travada a sua expansão pelo país, talvez até pelo mundo, na fase desportiva mais rica da sua história. Quem tem acesso às estatísticas certas (de vendas de jornais que teimaram em encurralar na conotação com o FC Porto, por exemplo) sabe bem disso. Mas essa parte é subjetiva; há uma muito mais concreta: a fragilidade do FC Porto permitiu finalmente que a arbitragem fosse trasladada do Porto para Lisboa, com a disciplina a reboque, e conduziu ao desequilíbrio de forças a que chegámos. O Apito Dourado não teve consequências?!?
2- O Conselho de Disciplina da FPF pede celeridade no esclarecimento dos e-mails. Compreendo o pedido porque compreendo o público ao qual ele se dirige, mas a celeridade não vem ao caso neste dossier dos e-mails. Só será célere se o objectivo for o encobrimento.
- Como pode ser célere quando põe em causa talvez uma década de selecção de árbitros nas associações distritais?
- Como pode ser célere quando envolve um presidente da Liga que cumpriu um mandato cheio de imbróglios e se assume "ao TEU LADO, Luís Filipe"?
- Como pode ser célere quando remete para a descida de divisão de um árbitro internacional, entre vários outros casos ramificados? A única forma de disputar as competições, "desde o dealbar da época desportiva 2017/18, num ambiente de regularidade e estabilidade", é pedir a Adão Mendes, Pedro Guerra, Paulo Gonçalves, Luís Filipe Vieira, Nuno Cabral e ao inimputável Mário Figueiredo que vão ao CD pôr por escrito que é tudo mentira e depois suspender o FC Porto. Ou, mais pacificador ainda, acabar-lhe com o direito à existência.
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