Humanos estão a explorar mais recursos naturais do que aqueles que podem ser renovados num ano: Terra está em saldo negativo ecológico desde ontem
Fonte: Público
Se é um consumista inato ou simplesmente gosta do conforto ocidental, preste atenção a este dado: desde ontem, a conta ecológica da Terra entrou em saldo negativo. Por outras palavras, a partir de agora e até ao fim de 2006, os seres humanos estarão a explorar mais recursos naturais do que aqueles que podem ser renovados num ano civil.
O cálculo exacto do dia do ano em que a Terra passa a estar em débito ecológico é uma derivação da "pegada ecológica", que estima qual a área do planeta que cada pessoa precisa para suportar o seu estilo de vida. Outro conceito é o da biocapacidade de renovar os recursos - de uma cidade, uma região, um país ou da Terra como um todo.
Segundo os últimos cálculos da organização não-governamental Global Footprint Network, cada português precisava, em 2002, de 4,2 hectares de recursos do planeta. Mas o país só tinha capacidade para suprir 1,7 hectares por pessoa. Por habitante, havia então um débito de 2,5 hectares.
Com base neste tipo de dados, a New Economics Foundation (NEF), outra organização não-governamental, passou a determinar o dia exacto em que o salário ecológico anual da Terra termina.
E "o dia em que a humanidade começa a comer a Terra", como define um comunicado da NEF, ocorre cada vez mais cedo. Em 1987, o "dinheiro" acabou em 19 de Dezembro. Em 1995, a data estava já em 21 de Novembro. E este ano a conta entrou no vermelho ontem, 9 de Outubro.
"A humanidade está a viver do cartão de crédito ecológico e só o pode fazer liquidando os recursos naturais do planeta", resume Mathis Wackernagel, director executivo do Global Footprint Network.
2 comentários:
Somos um virus, não é?... como um virus multiplicamo-nos exponencialmente, destruímos o nosso habitat e passamos ao seguinte... O problema é que só temos este!...
Palavras sábias; este é um problema que me "aflige" periodicamente: o que vamos deixar às gerações vindouras? Que Planeta lhes vamos dar? Que condições de vida, ou melhor, de sobrevivência... O consumismo desenfreado e tudo aquilo que se estraga porque é mal distribuído preocupam-me bastante. Pena é que sejamos poucou a pensar assim...
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