Dois anos a encher!
O Estádio do Dragão abriu portas a 16 de Novembro de 2003, ainda que tenha sido depois obrigado a fechá-las durante mais algumas semanas por causa do relvado, e é o único dos que serviram de palco ao Euro'2004 que continua a crescer na média de espectadores. Hoje é lançado um livro com os principais episódios vividos até ao momento.
A média de espectadores no Estádio do Dragão continua em curva ascendente, dois anos depois de uma febre despertada pela novidade. É, segundo os números, o único dos recintos construídos ou remodelados para o Euro'2004 que ainda não perdeu na ocupação de lugares desde que abriu portas. Na época de estreia, partilhada ainda com o Estádio das Antas, o FC Porto terminou com uma média de 34.143 espectadores, subindo quase dois mil no ano seguinte, em que atingiu, em média, os 36.038. O saldo apurado nos cinco jogos de campeonato disputados esta temporada mantém a tendência de crescimento - para já, subiu até aos 41.434 espectadores. O êxito da venda de lugares anuais suporta uma fatia significativa desse sucesso, pouco importando se, por vezes, quem os comprou não ocupe efectivamente a cadeira reservada. Essa estratégia comercial permite resistir às mossas de um rendimento desportivo menos entusiasmante. As costuras ameaçaram rebentar logo no dia da inauguração, há dois anos. Aliás, se Luís de Matos, responsável por parte do espectáculo, fosse mesmo mágico e não ilusionista, poderia ter estalado os dedos e fazer desaparecer o público das bancadas. Não comprometeria a enchente. De fora ficaram inúmeros interessados sem bilhete e outros nem se deram ao trabalho de sair de casa, sabendo que, se o fizessem, não conseguiriam mais do que esfregar o nariz nas portas novas do Dragão. O Barcelona serviu de convidado especial; Derlei e Hugo Almeida inscreveram os nomes na história ao assinarem os primeiros golos. Essa era uma enchente previsível, que serviu apenas de aperitivo. O relvado voador obrigou a fechar as portas pouco depois e a utilizar o Estádio das Antas por mais algumas semanas. A reocupação coincidiu com a fase decisiva da Liga dos Campeões. A estreia europeia foi com o Manchester, noutra noite de casa cheia, mas as costuras rebentaram mesmo noutro jogo internacional, com o Corunha. Um dos poucos que terminaria sem golos, curiosamente.
Números:
1 763 274 Número total de espectadores que assistiram a jogos do FC Porto desde a inauguração do Estádio do Dragão, em 16 de Novembro de 2003. Um número elevado, apesar do pouco tempo de vida do estádio.
225 424 Número de espectadores acumulado nos cinco jogos do Euro'2004 recebidos pelo Estádio do FC Porto.
40 500 Número de visitas guiadas ao Estádio do Dragão. Esta iniciativa tem sido um sucesso por si só. Hoje, quando se assinala o segundo aniversário, as visitas serão gratuitas.
300 Os eventos já realizados no recinto, que não está limitado ao futebol. As realizações cobrem várias áreas, de concertos a casamentos, passando por apresentações de automóveis, congressos, etc.
45 O número de jogos realizados no Estádio do Dragão, incluindo os relativos ao Euro'2004.
50 818 A maior assistência. Registou-se no jogo entre o FC Porto e o Corunha, relativo à meia-final da Liga dos Campeões na época 2003/04. O jogo acabou empatado sem golos.
50 218 A maior assistência na Liga portuguesa. O adversário foi o Benfica e o jogo acabou empatado a um golo, na época 2004/05.
60 São os golos marcados pelo FC Porto em todos os jogos oficiais realizados no Dragão.
28 São os golos sofridos pelos portistas no tempo de vida do estádio.
4-1 A maior goleada do FC Porto. Registou-se na época 2003/04 e o goleado foi o Belenenses. McCarthy (2), Deco e Ricardo Costa foram os autores dos golos.
0-4 A maior derrota. Na época passada, o Nacional venceu o FC Porto por 0-4, num jogo que nenhum portista gosta de recordar.
5 334 O total acumulado de jornalistas acreditados.
273 O maior número de jornalistas em simultâneo. O FC Porto - Corunha (meia-final da Liga dos Campeões) foi o jogo que mais atenção despertou na Imprensa. Redactores foram 193 e fotógrafos 80.
20 923 O número total de credenciais emitidas, incluindo jornalistas e observadores enviados por outros clubes.
(in O Jogo HUGO SOUSA / TOMAZ ANDRADE)
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Quarenta milhões a pagar em quinze anos
O Dragão custou ao FC Porto 125 milhões de euros, suportados por uma engenharia financeira dividida por vários capítulos. Uma das novidades introduzidas na negociação, publicitada na altura, foi a contratualização de um preço máximo garantido, os tais 125 milhões de euros. Essa medida evitaria derrapagens nas contas finais. Para cobrir esse custo, foram sendo descontadas algumas parcelas - o apoio estatal, ainda que limitado, mas também algumas permutas, por exemplo - que ajudaram a suavizar a despesa significativa. Mesmo assim, tal como muitas famílias que compram casa, os portistas tiveram de recorrer a um financiamento bancário, garantindo aí uma parcela de cerca de 40 milhões de euros. As prestações terão de ser pagas, de acordo com o que ficou estabelecido, em quinze anos. Esse projecto financeiro que o FC Porto acordou não sofreu, segundo foi possível saber, qualquer renegociação desde que foi acertado, ao contrário de outros que foram estabelecidos no mesmo período e pelo mesmo motivo. Significa isto que, até ao momento, os portistas não sentiram a necessidade de dilatar os prazos de pagamento de forma a aliviar as prestações a que estão sujeitos para amortizar o investimento.
(in O Jogo)
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Uma obra mágnifica que muitos querem copiar
O estádio é tão belo e funcional que depois do Governo da Irlanda do Norte, também os gregos do Panathinaikos estão interessados em fazer uma cópia do Dragão! Impressionante!
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Estádio do Dragão é um hino aos sentidos. O Europeu elegeu-o palco das cerimónias inaugurais, os adeptos consideram o Estádio do Dragão um dos mais belos do país e a História promete consagrá-lo Espaço de referência no panorama arquitectónico. Mas porque não só de futebol se pretende que viva, o “casamento” entre Desporto e Cultura está prometido!
MANUEL SALGADO O arquitecto do estádio
A Cidade bem se pode orgulhar! O projecto nasceu imponente nos esquiços do Arq. Manuel Salgado. O Estádio cresceu em todo o esplendor e magnificência e apresenta-se contemporâneo, dominado por uma matriz geométrica sólida e linear onde impera o conceito de monumentalidade, que prende os olhares que se aguçam à passagem. Completam-no um design arrojado, uma cobertura translúcida – por muitos delicadamente denominada por “véu” –, o entusiasmo dos adeptos – que podem ser em número de meia centena de milhar –, os cânticos e os aplausos e, é claro, o inevitável sabor a VITÓRIA que se confunde com o próprio sucesso deste projecto! "Fiz este estádio com grande paixão”. “O desafio de desenhar um estádio é semelhante a outros edifícios. Quando desenho uma moradia, tenho de conhecer a família que lá vai habitar, os seus gostos, os interesses, as necessidades. Daí ter havido um trabalho intenso com a equipa do F.C. Porto que trabalhou mais de perto connosco. Tivemos de conhecer o modo como se gere uma máquina tão complexa como é um estádio de futebol. (...) Penso que ele ( o espírito do clube) está bem retratado no estádio, não só o espírito do clube como o do Norte. (...) A primeira reacção é de enorme satisfação. Não posso negar que me sinto orgulhoso de uma obra erguida por muita gente. Foi fundamental a acção das equipas de engenharia e do construtor, além, obviamente do F.C. Porto. Usando uma linguagem futebolística, afirmo que, sem este entrosamento, não seria possível chegar onde se chegou. (...)”
In Jornal de Notícias
MANUEL SALGADO O arquitecto do estádio
A Cidade bem se pode orgulhar! O projecto nasceu imponente nos esquiços do Arq. Manuel Salgado. O Estádio cresceu em todo o esplendor e magnificência e apresenta-se contemporâneo, dominado por uma matriz geométrica sólida e linear onde impera o conceito de monumentalidade, que prende os olhares que se aguçam à passagem. Completam-no um design arrojado, uma cobertura translúcida – por muitos delicadamente denominada por “véu” –, o entusiasmo dos adeptos – que podem ser em número de meia centena de milhar –, os cânticos e os aplausos e, é claro, o inevitável sabor a VITÓRIA que se confunde com o próprio sucesso deste projecto! "Fiz este estádio com grande paixão”. “O desafio de desenhar um estádio é semelhante a outros edifícios. Quando desenho uma moradia, tenho de conhecer a família que lá vai habitar, os seus gostos, os interesses, as necessidades. Daí ter havido um trabalho intenso com a equipa do F.C. Porto que trabalhou mais de perto connosco. Tivemos de conhecer o modo como se gere uma máquina tão complexa como é um estádio de futebol. (...) Penso que ele ( o espírito do clube) está bem retratado no estádio, não só o espírito do clube como o do Norte. (...) A primeira reacção é de enorme satisfação. Não posso negar que me sinto orgulhoso de uma obra erguida por muita gente. Foi fundamental a acção das equipas de engenharia e do construtor, além, obviamente do F.C. Porto. Usando uma linguagem futebolística, afirmo que, sem este entrosamento, não seria possível chegar onde se chegou. (...)”
In Jornal de Notícias
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Pinto da Costa E O SEGUNDO ANIVERSÁRIO DO DRAGÃO
“Contra ventos e marés e ao mesmo tempo silenciando aversões encarceradas, o Dragão cresce e tudo mais à volta” – eis em síntese, e pelo punho de Pinto da Costa, na sua nota de abertura da revista “Dragões”, o sentimento presidencial sobre o estádio que hoje comemora dois anos de actividade e que o Panathinaikos, da Grécia, quer replicar numa escala mais pequena. Para assinalar a data, o FC Porto edita o “Livro do Dragão”, que será apresentado hoje, com a presença do arquitecto responsável pelo projecto – Manuel Salgado – e de muitos convidados.No interior do Dragão já se encontra instalado o maior estabelecimento de electrodomésticos do País (que no primeiro dia de actividade registou um afluxo de 50 mil visitantes), bem assim como o bingo do clube, um restaurante, um banco, uma Loja do Dragão e o gabinete de apoio ao associado. Para muito breve está prevista a inauguração de um “health-club” e também de uma clínica. “Saúdo sobretudo a energia e a coragem dos empresários que apostam em emergir de um sentimento derrotista que insiste em assolar parte do nosso país”, salienta Pinto da Costa.
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Nuno Cardoso: "PPA das Antas só foi polémico para uma pessoa"
P O Plano de Pormenor das Antas (PPA) foi um projecto envolto em grande polémica. Depois deste tempo todo, já percebeu por que razão não se processou tudo de uma forma mais tranquila?
R Na minha opinião não foi nada polémico... Aliás, só o foi para uma pessoa, o actual presidente da Câmara Municipal do Porto. O PPA foi um processo sempre muito transparente nos seus aspectos técnicos e políticos, e só não se processou de uma forma mais tranquila porque, antes de perceber o projecto, o meu sucessor na Câmara fez questão de o criticar e lançar a suspeição. E quase conseguiu inviabilizar o PPA, simplesmente porque nunca percebeu o que estava em causa.
"Dragão representa a parte mais contemporânea da cidade"
P Que importância tem o Estádio do Dragão para a cidade do Porto?
R O recinto está inserido num vasto conjunto de equipamentos de nível mundial. Numa cidade histórica, que é considerada Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, o Estádio do Dragão, tal como o Museu de Serralves e a casa da Música, representam a parte mais contemporânea do Porto. É a imagem da vitalidade da cidade, que o FC Porto consegue levar com sucesso a todo o mundo. "Orgulho-me de ter sido o mentor político do PPA"
P Sente que o estádio também é um pouco seu?
R Sim, modéstia à parte, penso que sim. Considero-me o mentor político do PPA, um projecto do qual me orgulho muito. Foi um trabalho que surgiu no início do meu mandato e no qual me empenhei sempre com grande motivação. Tenho a certeza de que a cidade ficou a ganhar com o Estádio do Dragão e com a nova envolvência das Antas, que será dentro de pouco tempo uma das zonas mais nobres do Porto.
(in O Jogo)
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1 comentários:
Por acaso não me sabe dizer a editora do livro? Na altura não comprei, agora arrependo-me... já tenho procurado na fnac e nada... tenho esperança de arranjar agora na feira do livro! mas sabendo a editora seria mais facil...
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