Sondra Pransky (Scarlett Johansson) é uma estudante de jornalismo americana a viver em Londres, onde procura aperfeiçoar o seu trabalho. Um dia, ao visitar um espectáculo de magia, da autoria de Sid 'Splendini' Waterman (Woody Allen), e ao participar num truque do show, entra em contacto com Joe Strombel (Ian McShane), um jornalista recentemente falecido, que lhe dá uma dica de uma história bombástica: o terrível Assassino do Tarot, que persegue morenas londrinas, é Peter Lyman (Hugh Jackman), filho de um proeminente aristocrata britânico. Pransky (na pele de uma herdeira do petróleo de nome Jade Spence), acompanhada de Sid Waterman (que toma para si o papel de pai de Sondra), encetam uma pesquisa ao filho de Lord Lyman, altura em que a aspirante a jornalista se apaixona pelo visado.
O conhecido realizador (e tantas vezes ignorado pela crítica) Woody Allen regressa após o fantástico "Match Point" ao ecrã, a Londres e a Scarlett Johanssen com este "Scoop", após descobrir a belíssima actriz na anterior obra. Num filme belissimamente escrito (sou confessamente fã dos textos de Allen, um enorme escritor de comédia), com diálogos muito ao estilo do autor, ditos de forma "metralhada" e paranóica, e com pormenores deliciosos ("Eu nasci crente na religião Hebraica, mas converti-me ao narcisismo"), onde crítica à sociedade e a si próprio se fundem num estilo que eu aprecio particularmente. É, no fundo, uma obra média, inteligente e que sofre com alguns problemas típicos em Allen: tal como Midas, qualquer actor com quem o cineasta contracene tranforma-se no também músico, agora septuagenário, ganhando os seus tiques e a sua "gaguez paranóica" e desconcertante, perdendo as personagens profundidade muito à custa disso. Não será de espantar que a crítica o irá (quase) unanimemente deitar abaixo mas, fazendo fé na obra e na qualidade argumentativa do nova-iorquino, é um filme que vale absolutamente a pena ver.
Título Original: "Scoop" (EUA, 2006) |
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